Após uma disputa legal, a música distribuída pela Universal vai regressar ao TikTok

Remoção do catálogo revertida com um acordo que traz aos artistas “remuneração melhorada”, bem como “protecções em relação à inteligência artificial generativa”.

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Logótipo do TikTok numa praia em Cannes ERIC GAILLARD
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Após um braço-de-ferro iniciado no final de Janeiro, o Universal Music Group e o TikTok assinaram esta quinta-feira um acordo que autoriza o uso, numa das redes sociais mais populares do momento, da música dos artistas representados por aquela gigante do negócio musical.

No final de Janeiro, após ter expirado o acordo então vigente entre as duas empresas, a Universal anunciou que iria remover o seu catálogo do TikTok, o que se cumpriu logo no início do mês seguinte. A multinacional acusava a empresa chinesa de recorrer a tácticas de intimidação para a forçar a aceitar um novo contrato “menos justo e menos valioso” para os artistas que representa.

Num comunicado conjunto, os dois “gigantes” referem agora que o acordo acabado de firmar traz aos compositores e artistas da Universal uma “remuneração melhorada”, bem como “protecções em relação à inteligência artificial generativa”.

A música tem uma presença importante no TikTok, conferindo banda sonora aos vídeos curtos que os utilizadores fazem e partilham na app. E a Universal distribui a produção de algumas das maiores estrelas da música, das figuras mais populares da actualidade (Taylor Swift, The Weeknd, Bad Bunny, Rosalía) a nomes históricos (como The Beatles ou Bob Dylan, por exemplo). Houve porém canções de artistas associados à multinacional que, não obstante a remoção do catálogo por parte da Universal, se mantiveram disponíveis na rede social.

Um caso notório foi o de Taylor Swift: a estrela pop que a 24 e 25 de Maio actua em Portugal lançou um álbum novo (The Tortured Poets Department) a 19 de Abril e teve liberdade para acordar com o TikTok a promoção na app das suas novas canções.

“Embora as razões do Universal Music Group para o blackout fossem indiscutivelmente nobres — uma tentativa de lutar por maiores compensações e protecções em matéria de propriedade intelectual para os seus artistas e, claro, proteger os seus próprios interesses —, não há dúvidas de que ele causou perturbações significativas nas carreiras de inúmeros artistas”, escreve a revista Variety, referindo que, “nos últimos cinco anos”, o TikTok tem sido o “mais influente” meio de “descoberta e promoção musical” no mercado de massas.​

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